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A patinação do setor de construção civil na pandemia

* Por Rogério Sortino 

 

As novas medidas preventivas para conter o avanço do coronavírus no Brasil e no mundo estão afetando diversos setores da economia, entre eles, o de construção civil. A instabilidade do mercado está fazendo com que as empresas enfrentem  um dos piores momentos devido a alta inflação econômica no Brasil.  

 

Em 2020, um dos fatores importantes para o crescimento do setor foi a classificação da construção civil como atividade essencial e o desempenho de pequenas obras. Contudo, com a fase mais restritiva em 2021, por causa dos avanços dos casos de coronavírus no Brasil e no mundo, o setor começou a desacelerar. 

 

Mesmo com a maior geração de empregos formais em 2020, com 108,5 mil novos postos de trabalho, o setor perdeu tração diante do aumento de casos de Covid-19 no país e das incertezas sobre a evolução da pandemia. Mesmo assim, para este ano, a expectativa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) é de um crescimento de 4% do setor. 

 

Segundo uma pesquisa recente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, houve alta de 5% nos últimos 12 meses até fevereiro deste ano. No mesmo período, o Índice Nacional da Construção Civil (INCC) passou de 10%. E, no acumulado até março, chegou a quase 12%, pressionado pelo custo dos materiais de construção. 

 

A construção civil não está preparada para enfrentar as consequências da Covid-19 e nem para puxar o PIB do país, como apontam os especialistas. Com a retomada dos trabalhos mais intensos no segundo semestre do ano, ainda existe muita falta de materiais no mercado devido ao aumento dos custos, e isso tem muito a ver com a alta demanda das pessoas que estão em suas casas e passam a desejar reformá-las.  

 

Uma das alternativas para a retomada do setor no país são as parcerias público-privadas (PPPs), com investimento em obras públicas. O setor só vai conseguir respirar novamente quando o risco de desabastecimento for minimizado, pois os custos com matérias-primas afetam diretamente a retomada do setor.  

 

*Rogério Sortino é CEO no Brasil da multinacional italiana Kerakoll, voltada a itens de construção civil com o selo GreenBuilding de baixo impacto ambiental.